quinta-feira, 24 de março de 2016

Sopapinho Poético convida Gelson Oliveira e o Ônibus do Sobe e Desce

 Gelson Oliveira é atração no Sopapo Poético no dia 29 de março, no SIMPA


A programação especial que marca os quatro anos do projeto Sopapo Poético ponto negro da poesia, um sarau dedicado à poesia e à música negra, prossegue no próximo dia 29 de março, terça-feira, às 19h30min, no Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), como uma edição especial voltada para as crianças (Sopapinho). O convidado especial da noite será o cantor e compositor Gelson Oliveira. O músico apresenta o pocket show Ônibus do Sobe e Desce, mostrando composições do álbum homônimo, lançado em 2015, ganhador do Prêmio Açorianos de Melhor Disco Infantil de 2015. A entrada é franca.

Esta não será a primeira incursão de Gelson Oliveira ao universo infantil. Ele é autor da música Papagaio Pandorga, tema do programa Pandorga, da TVE. Ele conta que desde a criação da música, na década de 80, pensava em fazer um trabalho dirigido às crianças. - Aí acabei montando um espetáculo que se chamava “O Ônibus do Sobe e Desce”. Um espetáculo infantil que eu montei com um cantor e compositor, negro também, um dos caras mais talentosos que eu já conheci na vida, gaúcho de Porto Alegre que se chama Telmo Martins. O espetáculo foi apresentado em algumas escolas, esse é o embrião do CD, conta  Gelson.  - E as crianças gostaram bastante. Então quando eu pedi para fazer o CD, eu entrei no Fumproarte e não foi aprovado logo. Acho que tentei umas duas ou três vezes. E aí, na última vez, entrou”.
Gelson explica que a maioria das músicas foram compostas especialmente para o CD. Acho que foi uma coisa mais fresca. E até porque a gente vai mudando a intenção, a maneira e a compreensão de compor para o público alvo, que eram as crianças. Respondendo sobre como foi para criar músicas para as crianças, é digo que é uma coisa que eu falo, que eu repito: ainda bem que eu utilizei a criança que eu não matei. Eu vivi intensamente a minha infância. E, para mim, isso é uma coisa que a gente leva para o resto da vida (trecho da entrevista concedida ao jornalista Airan Albino. Leia a entrevista na íntegra e acompanhe a programação aqui neste blog e em nossa página do facebook  https://www.facebook.com/Sopapo-Po%C3%A9tico-382632388511319/?fref=ts.
O projeto Sopapo Poético  ponto negro da poesia tem a finalidade de promover ações de promoção e difusão da literatura afro-brasileira, por isso prevê a realização de saraus temáticos, lançamento de uma antologia poética e de um vídeo-documentário. A programação comemorativa se desenvolveu ao longo de março e prosseguirá em abril com debates, shows musicais, leituras, performances, feiras de empreendedorismo negro, em espaços descentralizados da cidade e para um público diversificado e de todas as idades, sempre com entrada franca.
Sopapinho
Com a proposta de desenvolver o interesse pela cultura e pela poesia nos pequenos, o Sopapinho é um momento de fortalecimento da identidade étnica e da autoestima das crianças negras. As atividades do Sopapinho, paralelas ao sarau, envolvem brincadeiras, artes visuais, canto, contação de histórias e a participação na roda de poesia. Nesta edição, os pequenos aprenderão as músicas do convidado especial Gelson Oliveira.

Assista ao vídeo:

Sobre Gelson Oliveira
Natural de Porto Alegre, o cantor, compositor, instrumentista, arranjador e produtor musical Gelson Oliveira, viveu por muitos anos em Gramado, onde trabalhou como artesão, chegando a entalhar em madeira, vários Kikitos, os troféus do Festival do Cinema de Gramado. No início da carreira, foi crooner de orquestra e animou muitos bailes da vida, como cantor e instrumentista. Em 1970, voltou a residir na capital Gaúcha. O ponto inicial de sua carreira como compositor foi em 1979, a partir do show Lado a Lado, que ele dividiu com o colega na época também novato, Nei Lisboa. Os dois fizeram uma temporada no teatro do Clube de Cultura, com sucesso de público e crítica. Com mais de 30 anos de carreira, inúmeras premiações e sendo festejado pelo público e pela crítica, Gelson Oliveira tem acumulado vários álbuns gravados, solo ou em parceria com colegas, além de participações especiais em trabalhos de muitos artistas.

Referências:

SERVIÇO
O Quê: Sopapo Poético ponto negro da poesia, com participação especial de Gelson Oliveira apresentando o pocket show Ônibus do Sobe e Desce.
 Quando: Dia 29 de março de 2016, terça-feira, às 19h30min, dentro da programação do projeto Sopapo Poético ponto negro da poesia.
Onde: SIMPA (Rua João Alfredo, 61, bairro Cidade Baixa), Porto Alegre.
Quanto: Entrada franca.

Este projeto foi selecionado pela Bolsa de Fomento à Literatura do Ministério da Cultura

REALIZAÇÃO:
Associação Negra de Cultura - ANdC
APOIOS:
Ministério da Cultura
SIMPA - Sindicato dos Municipários de Porto Alegre
Boteko do Caninha (Areal da Baronesa)
Centro Cultural CEEE - Érico Veríssimo
Afro-Sul Odomodê
Associação Comunitária e Cultural Quilombo do Areal
 Escola Técnica Bernardo Vieira de Mello (Esteio/RS)
SINDIPETRO - Sindicato dos Petroleiros
DEDS (Departamento de Educação e Desenvolvimento Social) - PROREXT - UFRGS


Assessoria de Imprensa: Silvia Abreu (MTB 8679-4) | 21/03/16
Fones: (51) 92772191(Claro) | (51) 8133.6787 (Tim)

2 comentários:

  1. Olá doa tarde, sou Jutair Barbosa moro em Salvador Bahia,assistir na Tv educadora esse Sarau do Sopapo poético,gostei muito,falando de poemas da negritude das raízes.como eu falo show de Bola. Vou deixa meu email jutair-gdk@hotmail.com

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  2. VACINA SEM SAÍDA

    Eu sempre escrevo sobre o amor. Todas minhas crônicas foram sobre o amor. Estamos todos vendo as longas filas Brasil afora das pessoas esperando fazer a 1ª. ou 2ª. Dose da vacina. Façam a experiência de um olhar mais apurado sobre elas. Tem uma unidade de vacinação perto da minha casa. Inclusive lá não se vacina contra mais nada. Só contra Covid-19. São homens e mulheres nas filas em sua maioria brancos de classe média baixa para cima. São essas pessoas que estamos vacinando majoritária e prioritariamente. Está errado o PNI. Não. A fila é assim mesmo. Parece injusto porque deveria ter mais negros, pardos e pobres aguardando na fila. Nesse caso parecia mais justo homens negros, velhos e pobres. O racismo estrutural torna essa fila metodologicamente correta. Um plano sanitário tem de começar pelos mais velhos, depois pessoas portadoras de comorbidades. Em especial, quando não havia prevalência de mortalidade entre os infantes. Apenas esse corte escancara o racismo estrutural em toda sua crueldade. Os negros são o número maior de mortos pelo coronavírus porque são mais pobres, mais vulneráveis. Não atingem massivamente a faixa de corte para vacinação porque não alcançam tal faixa etária e não tem plano de saúde para durar o suficiente com suas comorbidades e serem vacinados. Trabalham no chão de fábrica, na construção civil, supermercados, prestação de serviços e transporte público.
    Faltava complicar mais um pouco ou cumprir o eugenismo de alguém: abram-se as escolas. As escolas privadas estão cheias de professoras pretas que conseguiram terminar uma licenciatura. E as públicas estão mais cheias ainda de professoras pretas e cheias de negros e negras como alunos. Não está acontecendo nada de mais, só o de sempre. Hoje já são 77% o número de negros mortos pelo coronavírus no genocídio vigente no Brasil. Não é necessário chegar-se aos números finais para ver o escândalo que isso representa para a história sanitária brasileira. O significado disso para a história dos negros no Brasil. O PNI é apenas mais uma das injustiças contra os negros no sentido marxista do termo como é exposto na Crítica do Direito de Hegel: quando não se faz uma injustiça em particular prendendo-se um inocente, mas se faz uma injustiça contra a condição de um ser humano, um negro, um LGBT+, uma mulher ou uma criança.

    Agora é a hora de se cobrar os omissos em relação a mortandade de negros e ninguém diz nada. Porque quem sente na pele não tem fala e quem fala não sente na pele. A hora é bruta, é necessário a espada da justiça. E justiça não vem. Cada vez que se inventa uma injustiça no Brasil os negros sabem que vão pagar por ela culpados ou não. Azar dos negros se não conseguem tratar suas doenças e morrem cedo. Azar deles se suas comorbidades não estão listadas na vacinação prioritária. Não assusta o ritual da morte aos negros porque aprenderam a dançar e beber os defuntos. No final, apesar de tanta tristeza e iniquidade se celebra a passagem para a espiritualidade. Mas que pode saber um homem branco de classe média e temente a Deus sobre isso, se esse tipo de injustiça se tornou natural para ele. Mas nós, negros, sabemos ser o único gesto de amor restante em todo esse sofrimento. Afinal essa é mais uma crônica sobre o amor e de amor. Só sei escrever sobre amor. Amor às pessoas.

    Marco António Pontes de Jesús
    Professor, médico aposentado e ativista do movimento negro.

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